Rui Sanches

Nasceu em 1954 – Lisboa

Estudou BA ( Honours), Goldsmiths`College, Londres – 1999

MFA (Marter of Fine Arts) em Escultura, no Yale University,E.U.A - 1982

Vive e trabalha em Lisboa

Em fins da década de 70 e princípios de 80, Rui Sanches além dos estudos efectuados na Ar.Co, frequenta universidades em Londres e nos Estados Unidos, experiências estas que levam o artista a ter uma percepção bem mais aberta em relação à realidade artística internacional, descobrindo uma arte contemporânea bem diferente daquela que tinha acesso em Portugal. Passa a desenvolver diferentes experiências através de técnicas e materiais, que habitualmente não utilizava.

Realiza a sua primeira exposição individual, em Maio de 1984, na Galeria de Arte Moderna da SNBA – "janelas, mapas, espelhos", desenhos, e dois anos mais tarde, no verão de 1986 recebe um prémio de aquisição na Bienal de Vila Nova de Cerveira.

Seleccionado por José Sommer Ribeiro, integra a representação portuguesa à 1 9.a Bienal de São Paulo, que tem lugar em Outubro de 1987 e que contou também com a participação de outros artistas tais como: Teresa Magalhães, Joaquim Bravo, Pedro Calapez e José Pedro Croft.

Tem vindo desde então a realizar importantes exposições, apresentando em diferentes momentos trabalhos na Fundação C. Gulbenkian, onde inclusivamente está representado. Passou por espaços de internacionalização em diferentes cidades tais como: Roma, Paris, São Paulo, Ghent ou Tóquio.

Ingo Giezendanner

Nasceu em 1975 – Basel, Suíça

Vive e trabalha em Zurique

Desde 1998, que Ingo Giezendanner, mais conhecido por grrrr, tem vindo a documentar os espaços urbanos por onde viajou e viveu.

Para além de Zurique, nas multiplas viagens, que fez por cidades como Nova York, Nova Orleans, Cairo, Nairobi, Karachi, Colombo, Ingo Giezendanner, capta as imagens envolventes e a sua atmosfera, recorrendo a uma caneta e a uma folha de papel.

Grrrr, tem vindo a apresentar o seu trabalho continuamente numa série de publicações, sendo o seu primeiro livro auto-publicado "GRR1: video", 1998 e o mais recente "GRR30: gravações urbana" é a sua trigésima publicação e contém desenhos de fins dos anos noventa até 2006, que fornecem a introspecção GRRRRs.

Tem realizado várias pinturas murais, sendo uma das suas primeiras em conjunto com Mark Divo, pintando a fachada exterior do terreno de uma das fábricas ocupadas em Wohlgroth, Zurique 1993.

Seus desenhos foram apresentados em várias revistas, livros, bem como em instalações espaçosas e filmes de animação, Sendo inclusivamente, a produção de filmes de animação, um desenvolvimento mais recente do trabalho GRRRRs. Em 2005, produziu vários clips de vídeo para Swiss Television, entre eles o clipe muito notado "GRR26: gib mer", uma colaboração com o rapper Big Z.

Contemporary public art has adopted ever more conventional ways of expression, and instead of seeing the traditional monument in the middle of the village square, these days we get interactive installations, objects sticking out of walls, murals, posters, outdoor art, things created in partnership with communities. What’s happening is that artists are not just finding new ways of involving themselves in urban spaces but are also trying to stimulate interaction from members of the public and to demystify the role of art in society.

So the public’s participation in works of art is ever more sought after, sometimes forming the central element in its esoteric construction as we can see in some works which appeal to the sensory pleasures of the citizen. In effect, the observer is invited to interrupt his everyday routine in order to enjoy art, not only as a simple observer but also as a participant in the perceptive experience art provides.

The Lonarte 10 project meets the challenges of public art with works in excess of 4 metres in height, applied to vertical structures which will be placed along the length of Calheta beach. The artists involved are four dozen exponents of the plastic visual arts, of different generations and nationalities, ranging from José de Guimarães to Gabriel Abrantes, and the result will be a piece of visual art created for this specific space, and reflecting the features of the site.

The show, which will run from June to September 2010, will offer 10 new works in plastic art every month, creating a cultural dynamic the like of which has never before been seen in one of the loveliest places in Madeira, famous for its swimming and sailing opportunities

Lonarte 10 will be a responsible social project, and many of the original works of art will be offered for sale in the Prazeres Gallery, with all proceeds going to the many institutions of social solidarity in Concelho.

Translated from José Pedro Regatão’s original piece

ARTE PÚBLICA | texto: JOSÉ PEDRO REGATÃO

A arte pública contemporânea tem adoptado meios de expressão cada vez menos convencionais, em lugar do tradicional monumento instalado no centro da praça, observam-se instalações interactivas, projecções em edifícios, murais, cartazes, outdoors, intervenções criadas em parceria com as comunidades. Na realidade, os artistas não só procuram novas formas de intervir no espaço urbano, mas também pretendem estimular a interacção do público e desmistificar o papel da arte na sociedade.

Nesse sentido, o público é cada vez mais solicitado a participar na obra de arte, sendo por vezes o elemento central da sua construção estética, como revelam alguns trabalhos que apelam à fruição sensorial do cidadão. Com efeito, o espectador é convidado a interromper o seu quotidiano para usufruir, não apenas como mero observador, mas enquanto participante na experiência perceptiva proporcionada pela arte.

O projecto Lonarte 10 vai ao encontro dos novos desafios da arte pública, propondo a sua realização em lonas com mais de 4 metros de altura aplicadas em estruturas verticais, que serão implantadas ao longo da Praia da Calheta. A organização, a cargo do Município da Calheta, desafiou quatro dezenas de artistas plásticos de várias gerações e nacionalidades, desde José de Guimarães a Gabriel Abrantes, para formularem uma intervenção plástica para este espaço específico, tendo em consideração as características do local.

A mostra que decorrerá de Junho a Setembro de 2010, propõe 10 novas abordagens plásticas todos os meses, criando uma dinâmica cultural sem precedentes num dos lugares mais emblemáticos da ilha da Madeira, reconhecido pelas suas qualidades balneares e actividades náuticas.

O Lonarte 10 destaca-se ainda como projecto de responsabilidade social, na medida em que muitos dos trabalhos originais serão colocados à venda na Galeria dos Prazeres revertendo para as instituições de solidariedade social do Concelho.

José Pedro Regatão

ARTE PUBLICA NA PRAIA DA CALHETA

Lonarte 10, é um projecto de arte pública, lançado pela Câmara Municipal da Calheta e que visa dinamizar durante o período de verão a zona balnear deste município, situado o mais a oeste da Ilha da Madeira.

Pretende-se assim, demonstrar e divulgar a expressão artística como um instrumento privilegiado de intervenção social. Descentralizando desta forma a criação artística contemporânea, e dinamizando esta iniciativa cultural num local habitualmente conotado com outras actividades.

Hoje em dia, falar de arte pública, implica desde logo uma exigência de abertura por parte do público, isto porque o seu conceito tem vindo ao longo dos tempos a se alterar, fruto das diferentes mutações que a própria sociedade foi gradualmente impondo e que não necessariamente passe tão e somente pelo facto das obras estarem instaladas em espaços considerados públicos.

Cada vez mais, é difícil uma única definição da arte pública, pois cada vez mais as manifestações artísticas no espaço público assumem uma diversidade de contornos, onde os artistas são convidados a colaborarem em equipas multidisciplinares com objectivos de revitalizar os próprios espaços públicos. Nesta linha, uma das instituições ligadas às artes plásticas, a Serpentine Gallery, em Londres, desenvolve anualmente projectos com equipas deste género, com o objectivo de criar o seu pavilhão de verão, sendo um dos muitos exemplos desta prática, a criação do pavilhão em 2007 , projectado pelo artista Olafur Eliasson em conjunto com o premiado arquitecto norueguês Kjetil Thorsen.

A autarquia ao desenvolver o projecto Lonarte, pretende que este torne-se num instrumento preponderante na revitalização e humanização da Praia da Calheta, lugar este de utilização pública, contribuindo para uma maior sociabilização e satisfação de todos. Possibilita-se deste modo, a criação de sinergias entre áreas consideradas como pólos de interesse distintos, dando origem à criação de novos públicos e impulsionando um maior número de visitantes e de turistas, essenciais para o pleno desenvolvimento socio-cultural e económico do Concelho da Calheta.