terça-feira, 21 de setembro de 2010

Rute Pereira

Nasceu no Funchal – 1977

Estudos

Pintura e Escultura na Universidade da Madeira

Vive e trabalha no Funchal

O seu percurso é marcado essencialmente pela exploração dos mais variados materiais, como o vime e mais recentemente pelos feltros e a lã. Sentindo a necessidade de abordar a tridimensionalidade no âmbito da pintura e por sua vez a pintura no âmbito da escultura. Neste campo a sua visão é muito objectiva, porque considera que as duas vertentes proporcionam-lhe um “bem-estar criativo”, cuja exploração passa muitas vezes pela simbiose das duas vertentes artísticas, sendo imperativo essa “união”. Contudo é fundamental passar pela Instalação, segundo a artista é onde tudo se complementa.

A forte relação com a Natureza, quase como uma homenagem sem querer imitá-la nem representá-la mas sim evocá-la numa recriação que transgride a significação comum dos materiais em “Envolvências de Artes Plásticas” (2008). Os corpos que se expõem nus nessa Natureza são o anunciar de uma nova vida que germina novas sensações e onde os sentidos tornam-se cada vez mais sensíveis, deixando por vezes revelar uma identidade algo misteriosa, envolta em nuances e atmosferas, em “Aparências” (2005). Deixando-se levar por uma dormência visualmente poética que embala o corpo ao som de uma melodia em tons pérola, revelando a transparência e a suavidade de texturas. Descobrir… Explorar… é uma viagem íntima, fundamental ao crescimento enquanto artista. Em “Jardim Flutuante” (2009) a importância da aproximação a uma janela, logo, da luz natural e de todo o ambiente exterior, vem enaltecer a Natureza enquanto criadora de formas que germinam e crescem imponentes e vistosas, ao mesmo tempo que os corpos se (des)envolvem numa magia flutuante.

A pureza dos elementos formais, o ar quente da atmosfera e o trepidar das folhas ao caírem no chão molhado pelo orvalho dos corpos, embebidos no suor da criação, revelam uma Natureza aparentemente frágil mas vigorosa. Aqui a Vida faz todo o sentido, o masculino e o feminino fundem-se num só corpo, como as cores numa paleta suja de tinta.

Texto da artista plástica Tânia Pereira

Sem comentários:

Enviar um comentário